terça-feira, 30 de dezembro de 2008
Sam Taylor-Wood & Pet Shop Boys - 'I'm in Love with a German Film star'
A revisitação dos Pet Shop Boys e Sam Taylor-Wood ao original dos The Passions é por de mais respeitosa. Mais curioso é o teledisco que a acompanha, no qual o único elemento de acção é o fumo do cigarro na mão da cantora. Procure-se também a remistura de Gui Boratto incluída na edição do single, na qual a canção descola totalmente rumo a paragens bem mais inesperadas.
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Amon Tobin - 'Proper Hoodidge'
Amon Tobin é brasileiro mas na sua música nada identifica a origem do autor. Este 'Proper Hoodidge' foi incluído em 'Out From Out Where', álbum de 2002 e mais um ponto de passagem no percurso de alguém que soube deixar o drum'n'bass para trás e evoluir como um dos mais interessantes estetas sonoros desta década. O teledisco que o acompanha vale por si, mas a banda sonora de Tobin torna-os a ambos (música e imagens) ainda mais inquietantes. Curioso é verificar a América Latina como local de nascimento de outros dos mais interessantes nomes em destaque na electrónica não necessariamente direccionada para as pistas de dança - o chileno Ricardo Villalobos, o mexicano Murcof (Fernando Corona) e o também brasileiro Gui Boratto.
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terça-feira, 16 de dezembro de 2008
Quiet Village - 'Pillow Talk'
Vôos nocturnos a baixa altitude e sem destino definido. Iluminação difusa e pensamentos à deriva. Um dos grandes álbuns de 2008, 'Silent Movie', no seu todo, é uma perfeita banda sonora para estados de espírito. Sugere mais do que aquilo que mostra e deixa-nos à vontade para criarmos um filme próprio. Mais uma corrida, mais uma viagem...
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segunda-feira, 15 de dezembro de 2008
Morphine - 'The Saddest Song'
Assombrações. É disso que se trata. Mark Sandman há muito partiu sabe-se lá para onde, mas a óptima música que fez permanece. 'The Saddest Song' é sobre alguém que se deixou escapar (provavelmente a contragosto) e volta para nos lembrar que errámos. O problema é que o faz nos sonhos, apanhando-nos desprevenidos e deixando-nos acossados e sem defesa possível. Não há muitas pessoas assim, com esse "dom".
Tenho voltado aos Morphine nas últimas semanas, coisa que não fazia há alguns anos. A sua música descarnada lembra-me o próprio Mark Sandman, figura interessantíssima mas totalmente imprevisível, com quem protagonizei um dos piores episódios da minha vida profissional, há pouco mais de dez anos. Entre exaustão mútua, tentativas de inversão de papéis e uma conversa quase sem pés nem cabeça, lá consegui escrever um texto mal amanhado e no qual tentava esconder a frustração de a entrevista não ter corrido melhor.
Recordo-me em particular do momento em que Sandman me disparou, literalmente, a pergunta "onde te vês daqui a 10 anos?". A questão vinha do nada, pois tínhamos começado a conversa há poucos minutos, e deixou-me gelado, apesar de estarmos em finais de Julho. Apesar de as coisas nem sempre serem tão favoráveis como pretendo, gostava de poder responder pessoalmente a Mr. Sandman...
Em todo o caso, 'The Saddest Song' é uma daquelas canções que ainda hoje me entorpecem até à alma. Mais ainda que a questão do falecido cantor e baixista dos Morphine a que mal consegui responder.
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domingo, 14 de dezembro de 2008
Go-Betweens - 'The House That Jack Kerouac Built'
De regresso ao formato canção. Os Go-Betweens assinaram alguma da melhor filigrana pop que escutei. 'Spring Rain' e 'Streets Of Your Town' são as escolhas habituais, mas 'The House That Jack Kerouac Built' sempre foi a minha favorita. Sobretudo nas versões "ao vivo", em que parecia ganhar asas e assumir uma dimensão épica nunca conseguida em 'Tallulah'. Puro drama, com um cenário dividido entre a ambiguidade da letra (em avanços e recuos agridoces e final infeliz), o violino a rasgar a carne até ao âmago e a bateria, ao fundo mas certeira, a manter o corpo vivo (Robert Forster fala de um desejo "like the living end"), mesmo que com a ajuda de ocasionais descargas eléctricas do baixo.
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Brian Eno - 'The Secret Place'
As opiniões dividem-se acerca de qual o melhor álbum da fase ambiental de Brian Eno. 'Music For Airports' costuma ser referido mais vezes, mas sempre preferi o "outter space" de 'Apollo'. Não sei se por ter sido o primeiro do género que escutei. Mas, certamente, mudou o meu modo de escutar música e "olhar" para ela a partir daí, algures há quase 20 anos. Ainda hoje faz um enorme sentido esta absoluta variedade de tons e emoções prestes a desintegrarem-se no vazio. Ou então, são elas que acabam por sobrepor-se ao silêncio absoluto do espaço. Palavras para quê?
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Brian Eno
quarta-feira, 10 de dezembro de 2008
Fennesz - 'Vacuum'
Christian Fennesz cada vez mais parecido com o Brian Eno dos dias ambientais. Mas até na acalmia do novo e belo 'Black Sea' dominam os elementos de "estática" (não confundir com estética) que caracterizam o austríaco. Os dias frios e chuvosos deste Outono já invernoso pedem sons assim, contemplativos. A ouvir urgentemente antes que 2008 acabe.
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