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domingo, 27 de julho de 2008

Mercury Rev - 'Goddess on a Hiway'


'Snowflake Midnight' só chega no final de Setembro. Até lá, recue-se dez anos e recorde-se o teledisco que Anton Corbijn realizou para 'Goddess on a Hiway'. Uma canção a duas velocidades mas de inevitável sentido único e choque frontal garantido...

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Sean Lennon - 'Parachutes'


Por vezes, inspiras-me. Outras, deixas-me sem sentido.
E este poderia ser o 'There's a Light That Never Goes Out' para o século XXI.

terça-feira, 22 de julho de 2008

Ed Askew - 'A Manhattan Moon'


Puro despojamento. Para quê mais? A aparência engana, afinal a canção até é sobre pedir a Lua. Eremita, mas exigente.

Spiritualized - 'Soul On Fire'


Este por acaso até faz música para o Korine...
Esteve com os pés para a cova, recuperou, parece que voltou aos hábitos do costume e assinou um disco tremendo. Música "para flutuar no espaço" ou feita por alguém "que toma drogas para fazer música para tomar drogas". Ainda e sempre.

Why? - 'Song of the Sad Assassin'


Um universo virado ao contrário ou nem por isso? Em todo o caso, gostava de ver o Harmony Korine a ilustrar em imagens a música destes gajos!

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Regresso aos clássicos


De 'Station to Station', um dos álbuns mais injustamente esquecidos de David Bowie. O ano era 1976 e a cocaína o combustível utilizado. Talvez por isso, este seja o disco mais assumidamente à beira do abismo do homem, com as letras a revelarem bem o seu estado de alma, inclusive com pedidos de ajuda. Seguiu-se a "limpeza" em Berlim, mas isso já faz parte de outra história...

terça-feira, 15 de julho de 2008

Reincidências


O primeiro teledisco oficial para She & Him. Deliciosa dose de humor negro e desconstrução da própria imagem de Zooey Deschanel. Irreverente e irresistível.

sábado, 12 de julho de 2008

Bonnie "Prince" Billy


Quem não viu há poucas horas, ainda pode fazê-lo mais logo, no "aquário" do costume. Mais luminoso e quase sempre com um ar bastante feliz, mas sem perder nenhuma da visceral intensidade a que nos habituou, deu (mais o excelente quarteto que o acompanhou) um dos melhores concertos a que assisti nos últimos tempos.

sábado, 5 de julho de 2008

Reencontros


A vida de M. Night Shyamalan não tem sido fácil nos últimos tempos. 'The Happening', o seu mais recente filme, tem sido alvo de críticas um pouco por toda a parte. Complicado para quem atingiu um estatuto invejável com 'The Sixth Sense', obra tão aclamada como sobrevalorizada - qualquer um dos seus trabalhos posteriores é francamente mais interessante e, sobretudo, menos desonesto.
'The Happening', não sendo o melhor Shyamalan (divido-me entre 'Unbreakable' e 'Signs'), é ainda assim uma obra muito acima da média. Tem os seus defeitos, o principal o excessivo tom ecológico (devedor do lado politicamente correcto de Steven Spielberg), mas os méritos superam-nos largamente. O cineasta indiano criado em Filadélfia é um dos melhores na sua profissão a criar situações de tensão, especialmente no modo como sugere mais do que aquilo que na realidade mostra.
Nesta matéria, 'The Happening' volta a ser exemplar. A ameaça está lá, mas nunca a vemos, somente os seus efeitos. Reduzi-lo apenas a panfleto ecologista de segunda categoria ou a uma versão menor de 'The Birds', de Alfred Hitchcock, também é errado.
Bem mais interessante será olhá-lo pelo lado da descoberta e do reencontro entre duas pessoas, o casal interpretado por Mark Wahlberg e Zooey Deschanel, que se haviam afastado sem darem por isso. O percurso de fuga de Elliot e Alma serve apenas para que voltem ao ponto de partida e descubram aquilo que haviam perdido algures pelo caminho. Como história de amor, e creio que acima de tudo 'The Happening' seja isso, apesar de isto não ser algo de óbvio, o mais recente trabalho de M. Night Shyamalan é um objecto interessantíssimo e até um passo em frente na sua carreira, obrigando-nos a olhar para ele como mais que um autor de thrillers - que continua, e bem, a sê-lo.

A armadilha da inutilidade


Michael Haneke não resistiu ao "canto de sereia" de Hollywood e fez um remake plano-a-plano daquele que será, porventura, o seu filme mais emblemático, 'Funny Games' (1997). E aquilo que apetece dizer é que em má hora o fez. O realizador alemão queixa-se que boa parte da mensagem a reter dos seus filmes é direccionada para um público, o norte-americano, que não a recebe, já que não vê cinema em outro idioma que não o inglês.
Como tal, Haneke fez a vontade a esta "massa imensa" e chamou nomes bem conhecidos, como Naomi Watts, Tim Roth e Michael Pitt, para protagonizarem o novo-velho-filme. O resultado é competente mas inútil. De tal forma que acaba por cair na armadilha que sugere - mas sabendo que o cineasta alemão é provocatório por excelência, talvez a sua intenção fosse mesmo essa.
'Funny Games' (o original) era uma obra sobre a banalização da violência, culpabilizando os media por grande parte desta, e procurando estabelecer uma ponte com o espectador, de modo a chocá-lo e mesmo a agredi-lo violentamente no plano psicológico. A ideia era criar uma identificação com a família-vítima, de modo a que a audiência entrasse na pele desta - como, de certa forma, Gaspar Noé também consegue, em 'Irréversible'.
A um visionamento inicial, as intenções de Haneke cumpriam-se. 'Funny Games' (o original) resultava perturbador.
'Funny Games US' só perturba quem não conheça o original. A quem tenha visto ambos, provavelmente só provoca um longo bocejo e o sucessivo questionamento dos méritos do pioneiro. No meio de tanta indulgência e auto-vaidade, o realizador alemão cai na sua própria armadilha, o banalizar daquilo que havia conseguido antes. A violência é gratuita e tão ou mais banal que aquela que pretende criticar, colocando-nos perante um filme absolutamente inútil. E que, nesta matéria, até consegue bater aos pontos o 'Psycho' de Gus Van Sant. No naufrágio, salva-se apenas a intepretação de Michael Pitt, conseguindo com uma mistura de simpatia e inexpressividade absoluta encarnar a face do próprio Mal.