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sábado, 5 de julho de 2008

Reencontros


A vida de M. Night Shyamalan não tem sido fácil nos últimos tempos. 'The Happening', o seu mais recente filme, tem sido alvo de críticas um pouco por toda a parte. Complicado para quem atingiu um estatuto invejável com 'The Sixth Sense', obra tão aclamada como sobrevalorizada - qualquer um dos seus trabalhos posteriores é francamente mais interessante e, sobretudo, menos desonesto.
'The Happening', não sendo o melhor Shyamalan (divido-me entre 'Unbreakable' e 'Signs'), é ainda assim uma obra muito acima da média. Tem os seus defeitos, o principal o excessivo tom ecológico (devedor do lado politicamente correcto de Steven Spielberg), mas os méritos superam-nos largamente. O cineasta indiano criado em Filadélfia é um dos melhores na sua profissão a criar situações de tensão, especialmente no modo como sugere mais do que aquilo que na realidade mostra.
Nesta matéria, 'The Happening' volta a ser exemplar. A ameaça está lá, mas nunca a vemos, somente os seus efeitos. Reduzi-lo apenas a panfleto ecologista de segunda categoria ou a uma versão menor de 'The Birds', de Alfred Hitchcock, também é errado.
Bem mais interessante será olhá-lo pelo lado da descoberta e do reencontro entre duas pessoas, o casal interpretado por Mark Wahlberg e Zooey Deschanel, que se haviam afastado sem darem por isso. O percurso de fuga de Elliot e Alma serve apenas para que voltem ao ponto de partida e descubram aquilo que haviam perdido algures pelo caminho. Como história de amor, e creio que acima de tudo 'The Happening' seja isso, apesar de isto não ser algo de óbvio, o mais recente trabalho de M. Night Shyamalan é um objecto interessantíssimo e até um passo em frente na sua carreira, obrigando-nos a olhar para ele como mais que um autor de thrillers - que continua, e bem, a sê-lo.

1 comentário:

Anónimo disse...

É CASO PARA NÃO DIZER SPOOKY!! não tentes desculpar o pior filme do ano...não tentes fazer de uma pirosada melodramática daquelas uma LOVE STORY....e nem penses falar do hitchcock quando falamos do shyamalan (do spielberg podes falar).O filme falha completamente nas suas intenções...tenta revelar um ambiente sensorial, misterioso, com uma aura onírica, sem nunca lá conseguir chegar. Para álem do mais falta-lhe intensidade, é tudo muito pouco surpreendente.Falta-lhe a sensação de vertigem: a musica n faz nada pelas cenas ,não é nada fantasmagórico,as interpretações dos actores ,essas sim, metem medo!!tirando uma ou outra personagem,é tudo muito fraquinho,para não falar das incongruências flagrantes que repletam a obra ,etc ,etc e tal...a uníca coisa de jeito no filme, é a tal metáfora ecológica meio disfarçada de não sei quê abstracto..a natureza vai dar cabo de nós pela metafísica...ahahah! beijinhos do gatinho hitchcockiano